Faleceu aos 98 anos o
professor Vinicius Ruas Ferreira da Silva (Vinícius Ruas), Titular e Emérito da
Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEFD/UFRJ).
Importantíssimo professor da Educação Física, formador de gerações de
professores e um ser humano notável!
Nascido no Amazonas em 19 de
agosto de 1924, Vinícius Ruas foi, além de boxeador, lutador (oitavo Dan) e membro
fundador da Federação Guanabarina de Judô. Começou a treinar aos 12 anos de
idade com o sensei Antônio Soshihiro Satake que “ao lado do Conde Koma, foram os
grandes discípulos da segunda geração da Kodokan responsável por espalhar a
“arte do Caminho Suave” pelo mundo” como está descrito na nota de pesar da
Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro.
Foi homenageado diversas vezes,
destacando-se uma, que foi recebida com muito orgulho, do Presidente Lula: a Medalha
Nacional de Mérito Esportivo em 2010.
Na sua trajetória, Vinícius
Ruas foi Diretor do Serviço de Recreação Operária, do Ministério do Trabalho,
de 1958 até o golpe militar de 1964. Após o golpe, buscou exilio na embaixada
da Bolívia. Artur da Távola, que lá estava, forçou a entrada dele, antes que
fosse preso. Seguiu para o exílio juntamente com seu filho Vinícius Branco
Freire da Silva.
Na Bolívia, foi professor entre
1964 e 1965 na Universidade de San Andrés em La Paz. Foi também Diretor e
técnico do Bolívar, time de futebol, em 1965 e 1966. Conseguiu retornar ao Brasil e também voltar
ao cargo de professor da UFRJ, tendo lecionado e se tornado, décadas depois,
professor Titular e, em 2013, Emérito.
Desde os anos de 1960, ajudou
a formar inúmeros professores de Educação Física, dentre eles, nesses anos,
Vitor Marinho de Oliveira. Atuou e se aposentou no Departamento de Lutas da
Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ.
Atuou também, entre os anos de
1980 e 1990, no Programa de Pós-graduação em Educação Física da UFRJ e criou o
projeto Brasis Brasil. Em 1991, auxiliou na elaboração do curso de mestrado da
Universidade Federal do Maranhão. Além disso, foi professor visitante
(1996-2001) e ajudou a criar o Programa de Pós-graduação em Educação Física da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Mais recente, até 2019, antes
do início da pandemia, foi docente e palestrante no curso de Pós-graduação lato
sensu em Pedagogia Crítica da Educação Física.
Nunca deixou de se posicionar
politicamente, desde quando foi do Movimento Estudantil e apoiador ligado ao
PCB até a relação com o Ministério do Esporte, então dirigido pelo PC do B ao
longo dos governos populares liderados pelo PT. Atualmente, teve a felicidade
de poder ver seu candidato vencer o obscurantismo dos tempos atuais, esperando
dias melhores que certamente virão a partir de janeiro de 2023.
Mestre, Doutor e Livre
Docente, publicou diversos textos e deixou importante legado para atuais e
futuras gerações.
Foi viúvo da ativista Rita Freire.
Posteriormente, casou-se com Sonia Maria Cândido com quem viveu até o
falecimento
Deixou ainda três filhos, um
neto e uma bisneta.
E muita saudade!
Em
2010 reunido com o presidente do Comitê intertribal Carlos Terena, responsável
pela organização dos jogos indígenas. Carlos Terena morreu em 2021 pela Covid.
Fonte:
Acervo
do sociólogo Vinícius Branco Freire da Silva, filho de Vinícius Ruas.